Cristiano Ronaldo e Lula em mira
Vimos a força de um homem que mais que dominar a técnica do esporte, um raro exemplo, visto só entre os excepcionais – mostrou ao mundo algo mais
Escrever sobre política nesses dias não é tarefa das mais fáceis. Parece que todas as energias estão voltadas para outros assuntos.
O futebol parece cunhar todas as molduras onde se vê algo relevante. As pessoas anunciaram sua estrepitosa indiferença com a Copa do Mundo da Rússia que para seus fiéis e encorajados fiadores (da pesquisa) tende, felizmente ou não, a virar poeira analítica. O futebol, colocado como é, nesses tipos de eventos é um acontecimento antropológico, que vai além dos seus amantes e alguns detratores.
A etnologia e a etnografia analisam, no âmbito da Antropologia Cultural isso tudo. Um povo e sua cultura.
Nesses dias quem teve a oportunidade de assistir ao jogo entre Portugal e Espanha na primeira rodada da Copa da Rússia, mais do que ter visto uma grande partida de futebol, uma contenda do esporte bretão, como se dizia antigamente - viu, na perspectiva histórica, mais que uma disputa entre a arrogância espanhola (isso ficou marcante desde o século 15 com a chamada “Esquadra Espanhola”) ou a melancolia arrebatadora dos portugueses (a força da tecnologia da Escola de Sagres e a tristeza pessimista do Velho do Restelo).
Vimos a força de um homem que mais que dominar a técnica do esporte, um raro exemplo, visto só entre os excepcionais – mostrou ao mundo algo mais. O que o português Cristiano Ronaldo fez impressionou até o assistente mais indiferente às preciosidades do esporte. Ronaldo mostrou a força interior de um homem que mesmo cheio de vaidades, que nunca é boa conselheira, demonstra uma pas de deux que faz o ballet da vida. Força e vontade. Ao homem comum que é constantemente atingido por um sem número de adversidades ao observar a força e a vontade de um atleta excepcional que não vê limites mesmo quando tudo parece perdido é muito mais que um alento. Inspirador. O futebol dos arrogantes espanhóis e tristes portugueses revelou muito a todos nós.
A desprezada (?) Copa do Mundo tem muito a nos apresentar nesses dias.
Outro assunto. Estamos em junho, mês das festas que celebram Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal assim como de colheita. Mês de festa.
Já escrevi, noutros momentos, que na época dos arrasta-pés sem fim e do foguetório ruidoso, especialmente no Nordeste, era tempo de se fazer muita coisa que muitos não davam conta. Era comum nessa época do ano, no Nordeste profundo, se assassinar e fazer malfeitos pois o aluá e o quentão entorpecia alguns ou a zoadaria do foguetório tornava inaudível os estampidos mortais dos facínoras.
Pois então. Na última semana, o Supremo Tribunal Federal impôs um duro golpe aos procuradores da Lava Jato que adoravam pedir conduções coercitivas. A medida foi considerada inconstitucional. Antigamente, os movimentos anticorrupção iriam às ruas dizer que estavam de ardil, queriam calar a Lava Jato.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao presidente da Segunda Turma da Corte, Ricardo Lewandowski, para levar a julgamento no próximo dia 26 de junho um novo pedido de liberdade apresentado no início deste mês pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dia 24 é dia de São João. Dia 27 de junho é dia de jogo do Brasil contra a Sérvia. É bom ficar atento cara pálida!
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