Decisões de amanhã, erros do passado
Ainda bem que muitas de nossas decisões não precisam ser amanhã, mas parece certo que estamos errando desde ontem em muitas de nossas decisões
A primeira semana útil de dezembro começa depois de um sábado-domingo intenso.
Houve o encontro entre Michel Temer e Geraldo Alckmin, em Limeira (SP), a divulgação da pesquisa que mostrou Lula e Bolsonaro em destaque na pré-corrida presidencial. A ex-senadora Marina Silva confirma sua pré-candidatura presidencial e o chamado primeiro time da base política do Governo Temer se reúne para dar as linhas da votação de uma Reforma da Previdência.
É bom lembrar que no próximo final de semana haverá a convenção nacional do PSDB ,que oficializará Alckmin como o presidente da “unidade tucana”.
Se a votação da Reforma da Previdência fosse hoje, ela não seria aprovada. Se a eleição presidencial fosse hoje, Lula e Bolsonaro iriam para o segundo turno da disputa.
A maioria das lideranças nordestinas nesse governo parlamentar do senhor Michel Temer, não por acaso, são as maiores adversárias da Reforma da Previdência. O relator da proposta na Câmara dos Deputados é um nordestino, o deputado Arthur Oliveira Maia (PP-BA) – para aí o apoio!. A maioria dos líderes governistas são nordestinos, líder do Governo na Câmara, no Congresso e nos principais partidos do Centrão. A base desses líderes rejeita as mudanças no INSS, pois ou são desinformados ou porque fazem parte do grupo de pessoas que entraram no serviço público antes de 2003, que não quer mudanças, ou nem acredita nelas.
No Senado, existe um corpo mole. O Presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), torce que o a proposta nunca chegue a casa que preside. Ele encaminha uma aliança com o PT em seu Estado, o Ceará.
Todo mundo sabe que algo tem que ser feito tanto nas escolhas do financiamento da previdência assim como do nosso modelo de seguridade. O normal é se fazer mudanças em épocas boas, quando a economia está bem. Fazer mudanças em épocas difíceis faz com que as perdas pareçam impossível de serem ofertadas e compensadas. Existem opositores que acham ilegítimo se fazer mudanças tão impactantes sem uma chancela popular.
Lula quando era super popular e havia excesso de receita não teve disposição para fazer uma verdadeira Reforma da Previdência. Sua base ligada aos servidores públicos não queria nem saber disso. Lula não soube o tamanho de seu papel. Temer que chegou a Presidência por ser a alternativa legal, vem tendo uma coragem aparentemente indômita. Só parece, pois ele também já pensa em 2018 como ninguém poderia imaginar.
Existem estratégias pensadas para enfrentar o atual momento. Votar o mínimo de forma rápida ou deixar tudo para depois das eleições. Ainda bem que muitas de nossas decisões não precisam ser amanhã, mas parece certo que estamos errando desde ontem em muitas de nossas decisões.
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