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Eleições: Mulheres! Firme e forte!

No Brasil, virou lenda que as mulheres são as últimas a se decidirem. Muitas vezes analisando o voto masculino, dos jovens e dos mais velhos

03 de setembro de 2018, às 15:30 | Genésio Júnior

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu o mandato com o Impeachment num momento em que ficou evidente sua fraqueza, uma incapacidade flagrante. Ressalte-se que os petistas mais experientes reconheciam essa inapetência para a política, mas não o faziam publicamente; logo se imaginava o duro abalo que isso faria junto a figura das mulheres na vida pública.

Agora, Dilma Rousseff lidera a disputa ao Senado Federal em Minas Gerais. A candidata à Presidência, ex-senadora e ex-ministra Marina Silva começou sua campanha no rádio e tv destacando um forte e impactante discurso pelas mulheres.

“Eu quero fala com você mulher. Alguma vez você já te chamaram de fraca, de incapaz? Eu sei como é. Juntas nós somos mais fortes. Eu vou trabalhar todos os dias para que ninguém diga que você não pode. Você pode sim. Essa luta é nossa”, disse, em seu programa de estreia, com seus parcos 21 segundos.

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) colocou inserções com diálogos duros do candidato Jair Bolsonaro (PSL) com uma deputada e uma jornalista. Ao final, se pergunta se o eleitora gostaria que aquilo se desse com ela ou com sua mãe. “Você gostaria de ser tratada desse jeito?”

Ainda no primeiro semestre, quando veio a intervenção federal na segurança no Rio Janeiro, se imaginava que a questão da segurança pública. Pode ser que esse assunto retorne, avalio como improvável, além da conta natural que se tem com esse tema que invadiu os problemas nordestinos, em especial, nesse anos de muita seca e crise econômica. O tema do momento é a questão da mulher e seu novo poder.

Nos Estados Unidos, as eleições legislativas de novembro prometem dar um grande protagonismo para as mulheres e as chamadas minorias em geral. Isso está se dando por lá em reação à postura do presidente Donald Trump. Pesquisas apontam que mais de 180 mulheres vão disputar uma cadeira na Câmara dos Representantes, a Câmara dos Deputados deles. Ao menos 11 delas estão confirmadas para disputar os governos estaduais. Dessa vez a eleição estará restrita a 36 dos 50 estados americanos.  

“Batemos o recorde de mulheres nomeadas pelos principais partidos para a Câmara em relação a qualquer outro ano”, afirma o Centro para as Mulheres Americanas e Polícia (CAWP, em inglês)

É bom lembrar que esse quadro se dá dois anos após a derrota da democrata Hilary Clinton para o republicano Trump. É fundamental que se destaque que a economia americana vive um bom momento, à beira do pleno emprego, mesmo com a guerra comercial que se estabelece com a China. O movimento de parte do povo dos Estados Unidos se observa reativamente, reconhecem especialistas de várias universidades estadunidenses – e se dá, inegavelmente, como referência para nossa realidade.

Trump está instalado por lá. A atitude de alguns políticos em favor das mulheres é um claro movimento contra Jair Bolsonaro, que é bem avaliado com o público masculino e tem o ponto fraco na sua relação com o público feminino.

No Brasil, virou lenda que as mulheres são as últimas a se decidirem. Muitas vezes analisando o voto masculino, dos jovens e dos mais velhos. Muito se falou no Brasil que as mulheres são as mais suscetíveis ao chamado voto de cabresto, face sua hipossuficiência na sociedade. Historicamente, em todas as sociedades, as mulheres gostam de posturas protetivas, em nome da segurança.

No Nordeste, as mulheres já foram um desafio para as candidaturas petistas de Luiz Inácio Lula da Silva. Com o passar dos anos, como é notório, isso mudou.

Não é possível medir o tamanho do impacto dos novos discursos nesse momento de uma campanha que está fortemente marcada pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral em impedir a candidatura de Lula.

As mulheres e a saída de Lula vão marcar os próximos dias, certamente até o final da eleição.

Marina Silva e Dilma Rousseff / Foto: Veja


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