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Ex-presidente Lula e João Dória no Nordeste

O que tem atraído as atenções são as andanças do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do novato e atrevido, João Dória

21 de agosto de 2017, às 00:57 | Genésio Júnior

A semana foi e essa continuará focada na reforma política, que de reforma não deverá ter nada. A não ser uma reforma eleitoral. Ainda vamos andar muito para uma efetiva revisão de nosso modelo de representação política na organização do voto e de seu sistema. Não resta dúvida que precisamos montar algo para o futuro próximo.

A cada dia fica mais evidente que o caminho do sistema seja o distrital misto, mas ainda existem dificuldades quanto ao financiamento. A esquerda, minoritária, insiste no financiamento público, enquanto os outros avaliam que um sistema misto(publico e privado) com maior controle fosse melhor. Avalia-se que sem o sistema de controle não teríamos tido os sucessos da Lava Jato. No sistema estritamente público não seria possível fazer esse mapeamento.

Face a agenda e a proximidade de outubro, esse assunto não vai nos largar tão cedo. É esperado mais agruras para o Governo Temer, pois as flechas de Rodrigo Janot só se acabarão em setembro. Agora, o que impacta a vida pública nacional, além dessas questões, são as andanças do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do novato, mas atrevido, João Dória, o tucano recém-eleito prefeito de São Paulo, capital, pelas bandas do Nordeste.

Ex-presidente Lula

Lula é velho conhecido e liderança forte na região onde nasceu o Brasil. O sucesso da organização dos programas sociais e de várias políticas de inclusão e de aumento do Estado na região são notórios. Ele vai andar pela região por 20 dias. Começou no último dia 17 de agosto na Bahia e termina em São Luís, do Maranhão. Deverá gerar muitos fatos até lá. Lula com sua comunicação direta com o povo nordestino deverá colocar uma pá-de-cal naqueles que avaliam que ele poderá ter um aliado nordestino como vice-presidente em uma possível chapa, se escapar dos problemas legais que lhe perturbam. Nomes como Ricardo Coutinho, na Paraíba, no conflagrado PSB, ou Flávio Dino, do Pc do B, lá no Maranhão, devem se preparar para continuar fazendo política em seus Estados.

Lula precisa de um nome, como vice, do Brasil abaixo do paralelo 20º. Isso só mudará se Lula não for candidato. É bom se destacar que as esquerdas, sem Lula, devem marchar solteiras. O modelo da reforma eleitoral que vai sair em breve deverá incentivar várias candidaturas. 2018 fica a cada dia com mais cara de 1989!

Prefeito de São Paulo, João Dória

E esse Dória?! No início parecia um mero lusco-fusco. Depois passou a ser evidente que era um agente político adaptado aos novos tempos das redes sociais. Hoje, fica evidente que é o único, com um aparvalhar de ideias que faz efetivo contraponto a Lula. Em tese, Dória deveria fazer uma bela administração na maior cidade da América Latina, buscar alguns anos no parlamento para depois mirar algo além. A pobreza da nossa política, onde todos são malvistos fez com que esse político que diz que não o é, mas sim um gestor, está fazendo de Dória um advento, gostem ou não!

O Nordeste gosta de políticos que sabem lidar com as luzes mais que com as sombras. O nordestino é gregário e se encanta com o voluntarismo, típico no oportunismo. Lula soube trilhar esse caminho, mas remou muito para tal, além de ter um partido à época visto tão-somente como uma organização política. Dória vai ter que fazer tudo muito rápido. Precisa de muitos parceiros nordestinos, a centro-esquerda não vai lhe dar folga e a direita caminha para Bolsonaro.

Temos vários problemas mais sérios para tratar, mas essas de Lula e Dória no Nordeste vão fazer muito ruído.


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