Fernando Haddad (Andrade) é pra valer?!
A semana que passou foi de muitas especulações sobre essa propalada capacidade de transferência de votos lulistas
As primeiras pesquisas eleitorais divulgadas apontam que a estratégia de vitimização que o Partidos dos Trabalhadores montou, por conta da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que virtualmente será impedido de concorrer nas eleições - vem dando certo.
Não existem razões outras para justificar que um candidato “registrado” na disputa, mas que não está nas ruas buscando votos e, sim, preso se encontra na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), cumprindo prisão face condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro em 12 anos e um 1 mês – tenha crescido nas intenções de votos em detrimento de outros que estão nas ruas!
O seu vice na chapa presidencial, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, vem fazendo andanças pelo Nordeste. Já passou pelo Piauí, Bahia, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão. Na Bahia, Jaques Wagner, candidato ao Senado e que foi cotado para entrar na chapa de Lula, deixou claro essa estratégia.
“A transferência só aumenta a cada dia que Lula está preso”, disse.
Ele argumentava que os que “tramaram” a prisão de Lula vêm que está dando errado. “Só está dando errado”, disse. Ele se reportava a uma pergunta sobre a missão de Haddad, já chamado de “Andrade” nos rincões brasileiros pouco afeitos a pronúncia do sobrenome árabe do ex-prefeito. A busca que se imagina que o ex-prefeito empreende: agregar sua imagem a do ex-presidente quando a decisão da Justiça Federal se consolidar.
A semana que passou foi de muitas especulações sobre essa propalada capacidade de transferência de votos lulistas. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem sido entre todos os candidatos que poderiam ser beneficiados com a saída de Lula da cena eleitoral aquele que mais tem analisado esse cenário. Ele não perdoa e fala de fraude montada pela cúpula petista ao manter uma candidatura que não teria condições de ser e que os petistas querem se beneficiar da figura de Lula para eleger deputados federais e senadores.
Fernando Haddad que é chamado pela Campanha de Lula e do PT de “Porta Voz”, durante a semana, fez acenos a Ciro Gomes dizendo que tem certeza que ele estará com Lula num segundo turno (na Paraíba), assim como para o pessoal do Centro (no Rio Grande do Norte), ao afirmar que os que tiverem compromisso com “soberania, democracia e combate as desigualdades sociais” estarão com Lula num futuro governo. O pessoal de Centro, lembre-se, votou pelo impeachment de Dilma Rousseff e aprovou as reformas do Governo Temer.
Se Haddad é um porta voz, ele estaria falando como se Lula fosse. Bem, ele não é Lula e nunca poderá sê-lo. A dúvida que marca esta semana que se inicia é se Haddad será mesmo o substituto de Lula e se o PT não vai insistir em ter o ex-presidente na chapa até o final! Não podemos esquecer que nesta semana começa o horário eleitoral gratuito na tv e rádio, começa a contagem regressiva para o dia 17 de setembro quando será definido se entra Haddad ou se fica o nome de Lula na urna eleitoral.
Setores sociais e políticos farão pressão sobre a Justiça para que ela se posicione logo e os apoiadores do PT deverão continuar apostando na vitimização, que tem obtido êxito.
A classe política nordestina com raras exceções parece fazer cara de paisagem e prefere se aproveitar ou da vitimização ou do voto útil. Estamos na hora do pragmatismo excessivo. Às favas com o futuro do país. Muitos acham que o fundamental é manter os mandatos e o resto se acerta no segundo turno. Se a eleições estão imprevisíveis até aqui ,não será num segundo turno. Para quem vê além dos interesses imediatos, o que preocupa mais não será quem vai estar subindo a rampa em primeiro de janeiro, mas o tamanho de nossas divisões de lá em diante!
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