Intervenção: começou no Rio, mas....
As esquerdas, que comandavam as pautas sociais neste país, destaque-se, sempre tiveram receios de ver os militares nas ruas mandando e desmandando
Os homens públicos, sejam eles minúsculos ou grandiosos, são movidos pelo reconhecimento de suas ações. Negar isso é uma estultice do jogo do poder. Os receptores dessas ações, os cidadãos, têm que ficar atentos ao tamanho desses movimentos. Os fiscais da lei, os fiscais do governo (oposição), a sociedade como todo, a imprensa e o Mundo.
Este episódio marcante e histórico da intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro terá repercussão geral severa, pois estamos em ano eleitoral com intensa preocupação nacional sobre o tema, como era a inflação até 1.994, logo se especula, natural, que seja um Plano Real para a segurança pública.
As esquerdas, que comandavam as pautas sociais neste país, destaque-se, sempre tiveram receios de ver os militares nas ruas mandando e desmandando. Os vinte anos de governos autoritários sob chancela das Forças Armadas justificavam isso. Tinha-se a convicção, uma certeza absoluta, de que bastava o Estado ocupar suas funções na sociedade e que se levasse renda e trabalho aos locais onde as camadas mais populares existissem para se atingir mortalmente a criminalidade.
O boicote que o Governo Federal e parte de uma mídia impuseram ao primeiro governo de Leonel Brizola no Estado do Rio de Janeiro só confirmaram às esquerdas e setores intelectuais que bastava uma escola integral e o Estado dentro das favelas para enfrentar esse grave problema da criminalidade. Errado. As esquerdas erraram no diagnóstico, não era só isso!.
O Nordeste é um exemplo sem favelas iluminadas em morros para mostrar que estavam errados. Foi o Nordeste onde mais cresceu o Estado nos bons anos de Luiz Inácio Lula da Silva e nos dois primeiros anos de Dilma Rousseff. Foi o Nordeste onde mais a renda avançou naqueles bons anos. Mas, para detonar velhas convicções, foi no Nordeste que mais cresceu a violência nos últimos anos. Não é no Estado do Rio de Janeiro onde mais morrem jovens, negros e pardos no país! É no Nordeste.
O crime é um negócio como outro e segue o caminho do dinheiro!
É natural que todos estejam receosos com o tamanho da medida do Governo Michel Temer. É preocupante ver as Forças Armadas exercendo tamanho poder na cidade que é cara da alma brasileira. Não é bom esquecer que o Rio de Janeiro é um bunker de resistência ao atual governo, mas vem a ser onde mais existem militares sediados e um grande comunidade conservadora que se junta aos evangélicos.
A proposta de um Ministério da Segurança Pública e de uma “reforma da Segurança Pública” como defendeu o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira na abertura dos trabalhos legislativos vão mexer com todo o país. Um fundo de financiamento para a segurança pública que interesse a todos os brasileiros e que privilegie os que mais sofrem com esses problemas será uma das muitas consequências imediatas. Não resta dúvida que o assunto pegou muita gente de surpresa e que tende a mudar a pauta das eleições deste ano.
O Nordeste será protagonista nesta questão, não tenham dúvidas.
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