Então, nunca mais acreditem em mim!
Nunca mais, peço, me deem algum crédito se falar que uma semana, dia, mês ou ano tende a ser boa ou bom para nosso Presidente!
Você se lembra, se nos acompanha aqui, que anunciava que o presidente Jair Bolsonaro tendia a ter bons dias pela frente esse final do mês de março?! Se não lembra, vou lhe rememorar!
Na semana passada, o Presidente tinha tido um almoço com o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, acompanhando de ministros auxiliares, a relação com o parlamento melhorava, viria o início da tramitação da reforma da Previdência e ainda tinha a visita histórica aos Estados Unidos.
Passada uma semana vemos um caos político, um incêndio se podemos dizer assim. Ainda não sabemos se um eventual sinistro.
Nunca mais, peço, me deem algum crédito se falar que uma semana, dia, mês ou ano tende a ser boa ou bom para nosso Presidente! Ele é um especialista em transformar limão em limonada ou uma dulcíssima laranja em um amargo jiló! Bem, falei de virtudes e vícios. Os políticos talvez por exercerem a mais nobre das ações humanas são os que melhor administram as virtudes e vícios de nossa sociedade.
O Presidente da República começa a última semana do mês de março vendo o Judiciário numa efervescência quase corrosiva, o Legislativo pronto para lhe pregar peças, um Executivo dividido e a oposição, que estava acabadinha, pronta para lançar campanha contra a reforma da Previdência aproveitando que o governo não consegue tocá-la como deveria. Alguém muito próximo das ideias próprias do Bolsonarismo estaria dizendo que tem que ser assim mesmo. Tem que mexer nas entranhas do “establisment”, é isso mesmo! Tem gente dizendo que tem que detonar tudo! Só o que não falta é incendiário.
Querem que Bolsonaro vá para cima do Congresso e do Judiciário, como se ele fosse o dono de toda a virtude nacional. A grande maioria dos brasileiros defende o combate a corrupção, como fez Sérgio Moro, e não quer que os políticos tenham vantagens como disse Bolsonaro na campanha, mas os brasileiros se parecem muito com os nordestinos, o povo da terra onde nasceu o Brasil, que não escondem que preferem mais o milagre que o milagreiro.
O Presidente Jair Bolsonaro tem que administrar essa situação com um mínimo de cuidado. Não que ele precise se desvencilhar de suas promessas de campanha, que o elegeram muito bem derrotando quem nunca imaginou que fosse perder uma eleição, mas, insisto, ele é presidente de todos os brasileiros. Bolsonaro precisa ver que ele necessita fazer nossa economia voltar a andar, e rápido.
Fica cada vez mais evidente que o Palácio do Planalto fala da boca para fora sobre a reforma da Previdência. Tem gente por lá afirmando que às favas com a reforma, temos que prender mais gente aí! Isso não é avançar com o andor, forçar a barra. Não é coisa de rede social. Tem gente próxima do Presidente que pensa e age nesse sentido, e não é só alguns dos filhos do Chefe de Governo. Muitos, iguais aos petistas, entendem que basta a economia crescer um pouco que não se precisariam de uma (R)eforma, mas que um (r)eforma resolveria tudo.
Tem gente dizendo, e isso ficou claro durante o final de semana, que Bolsonaro está cada vez mais parecido com uma Dilma Rousseff. Meus Deus, é isso mesmo!? Uma Dilma! Era só o que faltava, mas se eu estou me apavorando com esse cenário provavelmente você vai começar a se preocupar, também! Nós jornalistas, como cidadãos, só nos diferenciamos de vocês pois somos mensageiros, vemos o problema um pouquinho antes de vocês.
Eu só peço uma coisa, nunca mais acreditem em mim quando dizer que alguma coisa vai ficar boa quando parecer que vai. Claro, falo das semanas bolsonarianas!
Boa semana a todos!
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