O crime que une Jair Bolsonaro e o PT
A tese da federalização do combate ao crime organizado era proposta petista que Bolsonaro terá que enfrentar
Dias intensos esses que vivemos no Brasil. Natural. Um novo governo federal se instalou. Houve mudanças na maioria dos 27 estados e Distrito Federal, mesmo onde houve as poucas reeleições!
Vem do Nordeste, sem dúvida, o grande contraponto ao natural destaque que os novos poderosos federais ganharam.
Uma das grandes pautas do governo da ordem que representa a chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto, sem dúvida, é o combate severo e radical contra a criminalidade.
A decisão do Governo do Ceará de criar uma nova secretaria de administração penitenciária e deixar de reconhecer que tinha que dar suporte às facções criminais para atuar efetivamente para desmantelá-las fez com que mais de 80 ataques terroristas fossem cometidos em Fortaleza e no Estado, terra onde boa parte dos brasileiros aproveitam para tirar suas férias de início de ano. Todo o Brasil, e o Mundo, está atento ao que está acontecendo no Nordeste.
As medidas do governador cearense, que é visto no meio petista, e das esquerdas, como um dos mais leves na mão, da turma ‘light”, e que caminha no seleto grupo dos mais articulados apesar de jovem, num contraponto ao ranger de dentes de governadores como Rui Costa, na Bahia, ou o comunista Flávio Dino, do Maranhão – vai obrigar que o Governo Bolsonaro enfrente uma das principais pautas na área de segurança da campanha do derrotado Fernando Haddad. A federalização dos crimes e do combate à alta criminalidade do crime organizado.
Inicialmente, o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, disse que não iria mandar Força Nacional para o Ceará. Rapidamente, teve que mudar de posição e enviou no sábado, 5, esse grupamento, deslocado de outros estados, para o Ceará. O secretário nacional de Segurança Pública, General Guilherme Theóphilo, que tem origem no Ceará e que não é da turma de polícia federal de Moro - se encarregou a anunciar que as forças federais iriam para o Ceará.
No sábado, Camilo Santana disse que as ações deveriam ser em concerto com o Governo Federal e que não deveria haver vaidade das autoridades para enfrentar a questão. O Presidente Jair Bolsonaro, que vem de uma série de declarações confusas sobre economia, ressaltou que não iria deixar de atender o povo do Ceará apesar das posições radicais contrárias do governador cearense do PT.
Em verdade, o Governo Federal vai ser obrigado a transformar a experiência cearense no combate a alta criminalidade numa ação piloto. É bom lembrar ao leitor que foi instalado no final do ano passado um Centro de Inteligência da Segurança Pública no Ceará para atuar em todo o Nordeste. O secretário nacional General Guilherme Theóphilo disse a Política Real que avalia como um bom equipamento para política pública de segurança.
O superministro Sérgio Moro, face seu sucesso no combate à corrupção, usou da inteligência nas investigações que tanto lhe notabilizaram. Algo parecido deverá ser usado no combate a alta criminalidade no Nordeste. Isso terá que ser feito com ação conjunta do Governo Federal. Não sabemos, ainda, se isso será a efetiva federalização das ações de combate ao crime, mas se assemelha, goste-se ou não, com a proposta petista colocada por Fernando Haddad.
Os petistas, mais light com que se diz, estão obrigando a turma hard do Governo Bolsonaro a se rebolar. Haverá uma guerra de informações nessa batalha dos novos poderosos.
Vamos ficar atentos!
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