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O fator Jair Bolsonaro no Nordeste

Bolsonaro é o mais inesperado dos nomes conservadores da política, em que os partidos estão em frangalhos e vivemos um deserto de nomes arrebatadores que possam nos levar para o meio do caminho

14 de novembro de 2017, às 01:35 | Genésio Júnior

A semana foi marcada pelas admissões, lançamentos, fratricídios (?!) e constatações.

Como foi o caso do auto reconhecimento do presidenciável ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admissão pelo Presidente Michel Temer de que a Reforma da Previdência está cada vez mais difícil, lançamento da pré-candidatura do PC do B à Presidência com a bela Manuela D’Ávila, lançamento do programa Avançar (PAC do Temer), profunda crise no PSDB nacional e as notícias de que o chamado “Mercado” já começa a admitir e avaliar o fator Jair Bolsonaro.

Vou ficar, aqui, com essa dos setores econômicos organizados começarem a avaliar e dar suporte para a alternativa da candidatura presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro, oficialmente, ainda filiado ao PSC do estado do Rio de Janeiro.

Costumo dizer que se o Brasil nasceu no Nordeste, tem o seu coração nas Gerais, de Minas, sua força está em São Paulo, mas sua alma está no Rio de Janeiro. Todos os brasis estão no Rio. Foram 452 anos em que todos os brasileiros formaram um jeito de ser. Bolsonaro por vir da antiga Capital Federal e ter ganho um inegável espaço merece nossa atenção neste momento em que o Brasil caminha politicamente pelos extremos, contrariando sua tradição de buscar o centro democrático, especialmente face ao tamanho que nossa economia e sociedade passou a ter desde a estabilização econômica. Estamos vivendo o final do tempo chamado Nova República, que se inaugurou com o fim dos governos militares e com a primeira eleição presidencial desde os anos 60 do Século 20.

Jair Bolsonaro / Foto: Veja

Bolsonaro se apresenta como o mais inesperado dos nomes conservadores da política brasileira, em que os partidos estão em frangalhos e vivemos um deserto de nomes arrebatadores que possam nos levar para o meio do caminho. O ex-presidente Lula que parecia grande não une o país, o divide de forma impressionante, enquanto seu partido perdeu a capacidade de dizer o que o se precisa ouvir e ter. Com isso o fator Bolsonaro ganha dimensão.

A vitória do também improvável Donald Trump nos EUA, que como o capitão do Exército reformado fazia uma comunicação direta, através das redes sociais, obrigou aos principais agentes econômicos, sociais e políticos a terem maior cuidado. 

Um dos grandes questionamentos é sobre o fato de Bolsonaro, como Collor de Melo lá atrás, se apresentar como alternativa num partido inexpressivo e pela evidência de que os grandes agentes da política nordestina não o terem como parceiro. Destaco os nordestinos, pois eles são fundamentais no rumo da política brasileira há quase três décadas. Como as classes políticas, num momento em que o financiamento privado foi banido, vão se movimentar pressionadas pelo chamado “Mercado”?

Bolsonaro vai ter que remar muito, porém não duvidem do que o desespero e a falta de opções podem gerar!


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