O fim da Frente Brasil Popular
Vamos ter muito provavelmente 15 candidaturas à Presidência da República. Será o maior números desde 1.989, a primeira depois da redemocratização
As convenções partidárias já se foram. Teremos a contagem regressiva para os registros de candidaturas até o dia 15, ao final da primeira quinzena de agosto teremos alguma clareza.
Vamos ter muito provavelmente 15 candidaturas à Presidência da República. Será o maior números desde 1.989, a primeira depois da redemocratização.
O lançamento da candidatura de um político preso, que lidera as pesquisas e uma clara divisão na frente das esquerdas, dão a essa disputa; tida como imprevisível, no encerramento (teoricamente) de um ciclo político, um caráter categórico a essa disputa. Parece o óbvio. Toda eleição nacional em um país com nossas dimensões tem um caráter especial. Essa mais impactante ainda. Estamos em agosto e não sabemos para onde aponta nossos destinos político-sociais.
Não podemos esquecer que não é só saber quem vai ocupar o Palácio do Planalto, e ter uma ideia como o país irá enfrentar muitos de seus dilemas, num momento em que a democracia em todo o planeta vive sua maior encruzilhada, desde a ascensão dos grandes governos autocráticos, no primeiro terço do século 20. Não podemos esquecer que a democracia junto com alguma liberdade econômica foi fundamental para distribuir alguma riqueza no momento mais impressionante da vida econômica da vida humana no planeta Terra.
Saliento, aqui, uma das variáveis desse momento político social no Brasil. Desde a redemocratização, as chamadas esquerdas, que agora enfrentam uma centro-direita e, especialmente, uma direita radical nunca estiveram tão divididas. A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a fortalecimento da extrema direita seria um bom motivo para retomar a antiga Frente Brasil Popular. Não está sendo.
Há tempos já tinha aventado neste espaço que o Partido dos Trabalhadores não iria dar guarida para uma alternativa no campo da centro-esquerda. Desde 2014, ficou evidente que era necessário que esse campo político se revisasse.
“Algo precisa mudar para que tudo continue como está”. Essa expressão contida na obra “O Leopardo” de Tomazi di Lampedusa é um clássico da ciência política associada aos conservadores. Mas, entre os progressistas pode muito bem ser usada. O falecido governador de Pernambuco, Eduardo Campos(PSB), percebeu muito claramente na disputa de 2014, que acabou reelegendo a presidente Dilma Rousseff.
Agora, novamente isso ficou claro. Essa questão ganhou muita relevância no Nordeste do Brasil, terra onde nasceu o país que é fundamental para eleger qualquer Presidente da República. A decisão do PT e de Lula de inviabilizar a candidatura do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) novamente explode em Pernambuco, coração do Nordeste e onde nasceu o ex-presidente. A forma como está sendo tirada de cena a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) para atender o PSB de Paulo Câmara e a proposição, em seguida, do PT de oferecer a vice presidência na chapa de Lula foi uma manobra absolutamente truculenta.
A Frente Brasil Popular foi para as calendas e, mais que isso, mostrou que o Partido dos Trabalhadores além de não saber lidar com a democracia se assemelha, em virulência, com os mais cruéis coronéis da velha política nordestina.
Na semana passada, escrevemos sobre o fim dos mitos. Agora, vemos as melhores inspirações daqueles que tem como principal preocupação a redução das desigualdades e redistribuição da renda, um dos maiores desafios da economia 4.0 – serem embotadas pelo o pior da política, o personalismo.
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