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Os presente de Natal de Bolsonaro!

Os “presentes de Natal” vão demorar a ser entregues. As redes sociais, se imagina, não serão tão tolerantes como recomenda o calendário do poder

24 de dezembro de 2018, às 09:30 | Genésio Júnior

Semana do Natal. O mundo do poder, como manda o bom gosto, se apresenta como o dos tutelados. As pessoas se voltam para o que recomenda o momento. Desaceleração, recolhimento, tolerância.

No caso brasileiro, a semana onde a solidariedade, a felicidade por se comemorar um aniversário especial, onde a regra é presentear, seja com bens, seja com boas palavras que remetem, universalmente, ao chamado “espírito natalino” – vem logo, em seguida, com a data da confirmação de uma conquista altaneira e orgulhosa.

O que era solidariedade rapidamente se dissipa para outro sentimento, que tem a cara da recente luta política. Semana de discursos de respeito ao próximo, na semana seguinte discurso de vitorioso que não vai dar trégua aos seus principais adversários.

A vida é um inescapável dualismo. Há quem veja a vida, humana e pública, além disso. Mas as coisas não são do jeito que se quer, mas do jeito que se postam.

No final de semana, antes do Natal, o presidente eleito usou o Twitter, uma de suas redes sociais mais recorridas, para mandar vários recados. A regra não foi o ambiente que marca o Natal. Deverá surgir uma postagem protocolar, como manda a regra, porém como estamos no Natal, qual o presente que poderíamos ter do novo poderoso!

Deixando a pieguice de lado, o povo já disse o que pensa nas duas mais recentes pesquisas de opinião, uma feita pelo Ibope, outra pelo Datafolha. Todas mostram o povo aprovando, largamente, a maioria da pauta defendida pelo Bolsonarismo, para desespero de seus adversários. De quebra, as pessoas andam empolgadas com as perspectivas econômicas que temos pela frente. Esse sentimento é natural no início de governos.

As pesquisas divulgadas não mostraram como os nordestinos estão recebendo esse “presente” da Era Bolsonaro. A empolgação é grande, nacionalmente. Se arrisca dizer que os nordestinos não estão, guardadas as proporções pois a maioria não votou no presidente eleito – muito distante disso, mesmo desconfiados, certamente!

O presidente eleito comentou, naturalmente incomodado, em suas redes sociais, por não ter presenteado aos nortistas e nordestinos com alguém indicado para seu ministério nascido acima do paralelo 20º. Disse que não perguntava de onde vinham seus indicados, mas destacou que vai atender a região e seu povo!

Os “presentes de Natal” que Bolsonaro tem para entregar são muitos. Faz tempo que não tínhamos um presidente com tantas expectativas. Arrisca-se dizer que Jair Bolsonaro teria muito combustível para queimar, mais até que os protocolares 100 dias. Em 2019, o Carnaval será em março, se tivermos novíssimo comando nas Casas do Congresso, certamente, o parlamento só vai estar funcionando a todo vapor perto da Páscoa.

Os “presentes de Natal” vão demorar a ser entregues. As redes sociais, se imagina, não serão tão tolerantes como recomenda o calendário do poder.

Bolsonaro vai precisar divertir a massa enquanto demora na entrega de seus mimos. É natural imaginar que, até lá, os novos poderosos serão confrontados para saber como vão transformar o discurso da vitória na ação prática de governo.

O presidente eleito garante que seu ministério terá sintonia para fazer os enfrentamentos pelo desenvolvimento. De fato, o ministério indicado não é ruim, resta saber se ele terá o prumo para deixar o que é bom funcionar, plenamente, e saber podar o que não avança.

Como são esperados, os “presentes de Natal” do novo Governo!

Jair Bolsonaro / Foto: Terraço Econômico


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