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Paraná e Nordeste podem definir o futuro

Vem do Paraná, terra da Lava Jato, e do Nordeste, terra onde Lula parece um Padre Cícero, os grandes empecilhos de um apoio petista na primeira volta da disputa presidencial

07 de maio de 2018, às 01:42 | Genésio Júnior

Nesta semana enfrentaremos o primeiro mês de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quem poderia imaginar que o líder político mais popular depois de Getúlio Vargas, goste-se ou não, iria enfrentar tamanha situação. Pois bem, vamos com o que temos.

Neste primeiro mês, ficou evidente para o mundo político a decisão da cúpula petista em se manter unida em torno do ex-presidente. As pesquisas que vieram ao conhecimento geral, e as mais restritas, apontam que mesmo fora da corrida Lula é um fortíssimo cabo eleitoral. E o pior para aqueles que desejam ver o PT alargando fronteiras, é que algumas consultas apontam “traição” para o eleitorado se se caminhar noutro rumo. Até o momento, 2/3 do eleitorado de Lula não votaria em ninguém.

Hoje em dia, apesar de ficar evidente, também, para o mundo político de que se as esquerdas avançarem em torno de um centro político, além de irem forte para o segundo turno, têm amplas condições de vencer as eleições.

Entre os pré-candidatos filiados a partidos de centro-esquerda, destacam-se Ciro Gomes (PDT), Joaquim Barbosa (PSB) e Marina Silva (REDE).  Para quem é acostumado com o jogo político, está convencido de que primeiro que montar um acordo com alguém de centro tende a se credenciar bem para chegar ao segundo turno, confirmando-se, claro, Lula fora do páreo, como se vê como certo.

Alguns pontos podem adiar essas decisões e consequentemente aumentar a imprevisibilidade desta corrida presidencial.

Gleisi Hoffmann e José Guimarães

Primeiro, a possibilidade, face as posturas do Supremo Tribunal Federal, de Lula ser solto antes das eleições.

Segundo, mesmo se mantendo preso - a disputa que não é revelada, oficialmente, de que o PT não irá apostar em apoiar um outro nome ainda num primeiro turno. Isso parte exatamente das regiões brasileiras que mostram as grandes contradições que aprisionaram o Partido dos Trabalhadores nesses momentos de agrura política pós-Dilma e que não é o “Fora Temer”, que a todos une.

Vem do Paraná, terra da Lava Jato, e do Nordeste, terra onde Lula parece um Padre Cícero, os grandes impecilhos de um apoio petista na primeira volta da disputa presidencial. 

A presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), tem transferido a sede do partido e feito reuniões da executiva nacional em Curitiba sem ser questionada. É fundamental para ela, não só para o momento de prisão de Lula. Gleisi caminha para ter uma eleição razoavelmente tranquila para a Câmara Federal no ano que vem. Existe entre os petistas nordestinos a convicção de que mesmo com Lula solto a bancada na região corre o risco de se manter, ou até avançar.

E tem mais: a maior parte da bancada federal do PT no Ceará, terra de Ciro Gomes, não quer acordo com o único nordestino na trinca de centro-esquerdista mais bem postos nessa pré-campanha. Ressalte-se que o governador petista do Ceará, Camilo Santana, quer apoiar Ciro Gomes, mas não tem força tão grande entre os petistas que mandam no diretório estadual, que são respeitados na nacional.

Essa situação dá fôlego, por incrível que pareça, a que os candidatos de centro ganhem importância no jogo político. O primeiro que se ajustar às possibilidades postas ganha um protagonismo que parece não terem, pessoalmente. Numa eleição, aparentemente imprevisível, já é muita coisa.


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