Teremos um ano de 2018 surpreendente!
Começam a se instalar condições socioeconômicas que poderão, mesmo com o vendaval sem fim na política, trazer um 2018 imprevisível
Muito se pode falar desse início da segunda quinzena do mês de setembro, quando a primavera se instala no hemisfério sul.
Houve o encerramento do segundo mandato do PGR Rodrigo Janot, o mais polêmico desde a redemocratização, face ao prestígio que este cargo ganhou a partir da Constituição de 1988. Seus anos de mando foram os da Lava Jato. Nesta semana, vamos também lidar com os primeiros capítulos da segunda denúncia apresentada contra um Presidente da República.
Vamos noutra vertente, pois começam a se instalar condições socioeconômicas que poderão, mesmo com o vendaval sem fim na política, que poderão fazer com que nosso país enfrente um ano de 2018 imprevisível. Vem do Nordeste, sim, da região onde nasceu o Brasil, indicativos do tamanho desse desafio.
Desde a semana passada começam a ser divulgados os resultados do balanço da atividade econômica nas três maiores economias nordestinas.
O PIB da Bahia avançou 1,9% por conta do setor agropecuário, mas se viu um avanço de 0,5% no setor de serviços. Depois veio os números do Ceará que avançou em 2,7% do PIB ,face aos empreendimentos no Porto do Pecém. O setor de serviços só avançou 0,13%, mas cresceu. Os números de Pernambuco foram os últimos a serem divulgados com o maior crescimento diagnosticado, foram 2,7%. O setor de serviços avançou em 3,7% comparado com o trimestre anterior. Só esses três estados nordestinos divulgam o PIB trimestral. É verdade que todos serão avaliados nas “contas regionais” do IBGE, mas só no início de 2018.
A atividade econômica de 2016 recuou 3,6%. Foram números trágicos. É bom informar que o Nordeste sempre cresceu, no mínimo, o dobro do PIB nacional nos bons anos de Lula. Com Dilma foi tudo muito inexpressivo. Agora, depois que os números nacionais do PIB chegaram a 0,2%, os Estados nordestinos, que por acaso, são os que pior avaliam o atual governo - esboçam um avanço na atividade, em média entre os chamados grandes estados, algo próximo de 10 vezes mais. O Nordeste tem essa característica nos últimos anos: se está bem, melhor pode ficar. Foram anos duros e tudo está na conta da reposição. Não custa lembrar os anos terríveis de seca em toda a região do semiárido, onde vivem 20 milhões de pessoas.
Essa situação do Nordeste se deve a dois fatores estruturais para as contas econômicas, segundo muitos economistas e pesquisadores que informam a Política Real, agência especializada em Nordeste, face ao cimento estrutural da estabilidade econômica dos anos 90 e início dos 2000 e a consolidação dos programas sociais da década passada. Se há atividade econômica a inserção socioeconômica é notória. É verdade que políticas de desenvolvimento regionais não são de longo prazo, só vimos espasmos. Basta ver que a Sudene, recriada, mal saiu do papel, o DNOCS envelheceu e a CODEVASF ganhou mais espaço do que deveria. Enfim, tudo muito capenga.
O que gera um sinal de alerta para 2018 é que esse governo tão mal avaliado e que fez disseminar o bordão “Michel, o Impopular”, poderá ganhar a partir do final do primeiro trimestre de 2018 um protagonismo até então inimaginável – seja ele qual for, ou o Governo de Michel Temer ou até um improvável Rodrigo Maia.
A economia não livrará esses recentes gestores de seus pecados, no entanto não há duvidas de que muita gente pode ganhar poder com os seus sucessos econômicos.
O Piauí no seu E-Mail
Escreva seu e-mail e receba as notícias do ARQUIVO 1