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Privatização: Um velho dilema, uma certeza

Avalio que até o final do atual governo pouco se conseguirá evoluir nesse processo de redução do Estado à busca de mais investimentos

27 de agosto de 2017, às 19:56 | Genésio Júnior

A semana foi intensa na Capital Federal. Teve assunto para todos os tipos e gostos, porém a anunciada decisão, do Palácio do Planalto, por empreender um desfazimento de 57 ativos que hoje pertencem a União é, marcadamente, a mais impactante.

O Nordeste é a região do Brasil que mais necessita, junto com o Norte, da presença do Estado, pois tem uma população mais frágil em virtude, especialmente, de ter o mais populoso Semiárido do planeta. Em tese, a atividade econômica mais insípida exige a presença do Estado. Isso sempre serviu de paraíso para os populistas de Direita como de Esquerda. É comum se dizer no Nordeste que não nos importamos com o santo, mas com o milagre.

Um silogismo frágil para informar que pouco nos importamos se a Direita ou a Esquerda reduz as dificuldades desse povo. Os primeiros governos do PT, especialmente com Lula, tiveram grande êxito e por mais tempo ofertaram vantagens quantitativas, menos qualitativas, é bom que se diga pois não foi montada uma efetiva política de desenvolvimento regional.

A possível privatização do sistema Eletrobras gerou um grande alvoroço do chamado Mercado e de muitos aqueles que pensam o Brasil(e isso existe, sim!). Logo em seguida, com o sucesso(?!) dessa divulgação, vieram as outras possíveis desestatizações (ou privatizações).

Esta marca da Eletrobras foi criada na época de Dilma que pretendia transformar a empresa numa multinacional estatal. Queria!

A Esquerda diz que o União não pode deixar de ter controle sobre as políticas de Estado para a questão de energia. A Direita diz que o Estado é incompetente e não tem mais condições de investir.

Os bens do Estado brasileiro valem muito mais do que se possa imaginar, por outro lado, seja com a Direita seja com a Esquerda as empresas públicas brasileiras, infelizmente, foram sendo apropriadas pelos partidos políticos para seus fins e objetivos. As dificuldades que a Eletrobras começou a viver em 20012/13 eram claramente postas. Era evidente e reticente que a burocracia da Eletrobras não aceitava a intervenção da ex-presidente Dilma Rousseff. O Mercado aguardou que os erros fizessem praça. A queda brutal da economia entre 2014, 2015 e 2016 fizeram a arrecadação brasileira e sua capacidade de investimento caírem de uma forma brutal. 

É impraticável que a Eletrobras possa ser capaz de cumprir o que a Esquerda deseja e o que a Direita gostaria de fazer. Alegar que o atual Governo por ser impopular e ser a continuidade do que estava, e levou o país a esse caos, não teria condições de fazer tal empreitada é pertinente e merece atenção, no entanto carece se observar que nada fazer frente as dificuldades que o país tem para gerar uma nova onda de crescimento e desenvolvimento é uma temeridade.

Se colocar essa discussão na nossa sala principal é importante, capital. Avalio que até o final do atual governo pouco se conseguirá evoluir nesse processo de redução do Estado à busca de mais investimentos.  O Nordeste e o Norte precisam e sempre vão precisar mais do Estado, no entanto, pouco o Estado brasileiro tem para ofertar hoje. Não adianta inventar muita coisa com um déficit de 139 bilhões, que segue para 159 bilhões de reais. Os bons anos de aumento do Estado na região eram nos idos do tão famigerado superávit primário, dólar flutuante e metas de inflação! 

São nessas horas que esse tal de fiscalismo nos mostra que o buraco é mais embaixo!


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