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Quem disse que o PSDB estava morto?!

Para o Nordeste, visto sem protagonismo nesses primeiros dias de 2019, os tucanos Jereissati e Rocha podem acabar virando uma lufada para os interesses da região

11 de fevereiro de 2019, às 17:00 | Genésio Júnior

Assunto não falta para começar a cuidar desses primeiro decêndio de fevereiro, quando todos os poderes da República estão funcionando.

Temos a pressão que o Judiciário faz e sofre, com o caso da fiscalização estranha feita por setores da Receita Federal contra o mais polêmico dos ministros do Supremo, Gilmar Mendes, vimos a mudança de comando no Congresso com o fortalecimento de uns, o enfraquecimento de outros, o processo por qual passa o PSL, partido do Presidente da República, e, sem dúvida, a ausência de Jair Bolsonaro do dia-a-dia de Brasília.

Em meio a tudo isso, vimos algumas situações importantes que revelam que a tal da nova política tem muito para enfrentar.

Existem camadas importantes da sociedade que pedem e creem que isso é irrefreável. Alguns acreditam que isso se dê com uma mudança geral e outros avaliam que é possível obrigar uma mudanças de hábitos dos já estabelecidos. Como o Presidente da República é um nome veterano da velha política, por lá andou por muito tempo, migrando de grupo a grupo de acordo com suas conveniências nacionais e regional - é natural imaginar que os que desejam começar tudo da terra crua não terão êxito em suas pretensões.

Frente a isso, além do velho PFL, agora DEMOCRATAS, que está mandando ao comandar as duas Casas Legislativas, tendo três ministérios importantes do novo governo, temos a evidência de que os tucanos do PSDB passaram a ser um dos grandes jogadores da cena política.

O PSDB não ganhou mais deputados e senadores. Na Câmara, a eleição de outubro 2018 não lhe foi favorável. No Senado Federal, não vimos novos membros se filiando ao partido, então, por qual razão o PSDB passou a ser um grande jogador?

O PSDB montou com o cada vez mais robusto PODEMOS, de Álvaro Dias, o PSL de Major Olímpio, um dos maiores blocos partidários no Senado Federal. O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) concede a senadores desses grupo a maioria de seus apoiadores definitivos para sua eleição.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi um dos primeiros a renunciar em favor de Alcolumbre - alguns creem, firmemente, que sua posição de “principal rival” de Renan Calheiros (MDB-AL), no início da campanha pelo comando do Senado, nunca foi real. Calheiros se deixou levar quando o principal rival era, efetivamente, Alcolumbre.

O PSDB numa ação feita em grande parte pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), agora líder do partido naquela Casa, e muito presente no plenário do Senado nos momentos de grande embate nesses dias iniciais de Congresso – trabalhou para a montagem do bloco com o PODEMOS, articulou que o PSDB ajudasse Alcolumbre a pacificar o Senado ao abrir mão do comando da Comissão de Constituição e Justiça para o magoado MDB e de quebra bancou o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) para funcionar como primeiro vice-presidente do Senado, o que dará tranquilidade para o jovem presidente do Senado, em momentos que precisar se ausentar.

O PSDB sem crescer de tamanho, cresceu de conceito dentro do Congresso e perante o Palácio do Planalto.

O Presidente Jair Bolsonaro sabe que não pode contar muito com o seu PSL, não deve dar poder total ao DEMOCRATAS e vê no avanço do PSDB um outro braço para atuar e fazer seu governo andar, além da boa expectativa que existe junto aos agentes econômicos e o temor que os filhos boquirrotos lhe causam a todo momento.

Para o Nordeste, visto sem protagonismo nesses primeiros dias de 2019, os tucanos Jereissati e Rocha podem acabar virando uma lufada para os interesses da região.

Tasso Jereissati e Roberto Rocha podem dar protagonismo ao Nordeste / Foto: Atual 7


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