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Será que ainda existe tempo para milagres?!

No Nordeste, é comum dizer que não queremos saber dos santos e sim dos milagres. Sejam feitos pela esquerda ou pela direita

07 de agosto de 2017, às 02:40 | Genésio Júnior

Pronto, se confirmou o que se colocou aqui! O Presidente Michel Temer vai continuar onde está até o final de 2018.  Não corro muito riscos, talvez o mesmo de um lustre cair na cabeça na hora do jantar! Improvável!

Vamos com o que temos para mais adiante. Temer com os votos que conseguiu acrescido das ausências, as defecções vindas do PSDB e do PSD, especialmente, dão condições para o Governo pensar em aprovar a Reforma da Previdência.

A bancada nordestina que votou em massa pelo Impeachment da Presidente Dilma Rousseff, deu alguma maioria a Michel Temer – 74 votos contra 70. As bancadas da Bahia e do Sergipe foram as mais contrárias ao Presidente da República.

Entre os presidentes de partido com assento no Congresso, não resta dúvida que o maior vitorioso foi o senador piauiense Ciro Nogueira(PP-PI), que comanda o Partido Progressista(PP). Os governadores nordestinos do PT de uma forma direta ou indireta evitaram entrar em briga com Temer. Outros governadores de oposição também evitaram entrar nesse conflito.

O Democratas, um partido que foi muito forte no Nordeste, especialmente quando se chamava PFL, ganhou muito com a atuação do deputado Rodrigo Maia.

Deputado Federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), Presidente da Câmara dos Deputados

O senador nordestino Tasso Jereissati (PSDB-CE) vai ficar comandando o PSDB, pelo menos, até o final do ano. O maior partido de oposição a Era Petista, que está em crise, vai ser administrado por um nordestino, região onde o ex-presidente Lula é forte, fortíssimo.

De uma forma ou de outra, a elite política nordestina continua a ser protagonista neste governo. Temer pretende tocar o que resta de seu governo com toda a força.  Isso ficou evidente para quem trabalha em torno do poder aqui em Brasília. Existe uma pauta, especialmente no Congresso, que os profissionais da política vão tocar com toda a força.

É preocupante que para levar isso à frente esse governo faça mais e mais afagos à pauta conservadora que está aí embutida.  O protagonismo do Democratas com o prestígio inegável que o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, adquiriu - será um ingrediente favorável a essa conjuntura. Maia é um conservador na pauta econômica, mas não é reconhecido assim na pauta social. Ele sabe que seu estado, o Rio de Janeiro, tem um grupo conservador forte, representado pela grande comunidade evangélica, mas ele sabe a força do triunvirato carioca Lebron-Ipanema-São Conrado! Vai tocar uma pauta de segurança pública fundamental para o Rio de Janeiro, que nesse ponto se parece com os problemas de áreas conflituosas de grandes estados nordestinos, e suas maiores cidades - tomado pela violência que veio com o crescimento econômico e se catapultou com a crise econômica, que é muito forte, hoje, no Nordeste.

O que a classe política quer, especialmente a nordestina, na sua luta para sobreviver a onda de renovação que virá em 2018, é evitar ficar à reboque do conflito entre o “nós contra eles”, a direita contra a esquerda.  Isso só será possível com o retorno da economia e seus dividendos sociais. A crise do Estado brasileiro com a redução da atividade econômica e a redução da arrecadação não está nem aí com seus culpados, mas sim com os seus alavancadores.

No Nordeste, é comum se dizer que não queremos saber dos santos, só queremos saber dos milagres. Sejam eles feitos pela esquerda ou pela direita.


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