Sucessão Presidencial: Se eles tiverem juízo!
7 de outubro. Um dia e tanto! A campanha nas ruas, pelo Brasil, não apontava tamanho movimento de peças
Voltamos. No plural, pois são muitas as avaliações. Não dava para escrever nada ajuizado frente ao que se deu no dia 7 de outubro de 2018.
Um dia e tanto! Não pelo resultado da eleição presidencial de primeiro turno. A polarização era nítida, para uma disputa final entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. O nível de rejeição dos dois candidatos não permitia uma eleição definitiva. O que se deu das eleições nos estados, e para o Congresso, deixou todos impressionados. A campanha nas ruas, pelo Brasil, não apontava tamanho movimento de peças.
A disputa presidencial continua pulsante, passado uma semana. A primeira pesquisa mostrou a manutenção da distância regulamentar vista no resultado eleitoral do 7 de outubro. No Nordeste, vimos o PT fazer 20 deputados federais e o PSL de Bolsonaro chegar a 5 deputados. Boa parte da elite congressual virou pó, especialmente no Senado.
Se Fernando Haddad vencer se sabe que os partidos tradicionais serão protagonistas de um arranjo, que vai tentar reduzir o nível de polarização. Uma natural busca pela concertação. No caso de Bolsonaro sair vencedor, o que hoje é o mais razoável, fica se imaginando o que poderia vir onde está, de fato, o poder real, para desespero daqueles que acham que um Presidente da República tudo pode!
Os partidários de Bolsonaro já falam em entrar na disputa para a Presidência da Câmara dos Deputados. A maioria, gente chegando agora, mas tem quem já estava por lá, porém era pouco notado. No Senado, consequentemente, para o comando da Presidência do Congresso Nacional, já se vê gente trabalhando. Ou para se eleger, ou para vetar.
Surge nos meios políticos a argumentação de que é possível algo novo na Câmara, mas que não vale à pena atropelos no Senado. Na Câmara, há quem lembre a chegada de um novo Severino Cavalcanti, quanto ao Senado não dá para ser todos contra Renan Calheiros, e só!
A Câmara aceita novos nomes, assim se viu com a eleição de alguns petistas sem muita história dentro do Congresso, nos idos de Lula e Dilma. No Senado, avalia-se que não é ajuizado ir contra a regra , que tem por lá, de eleger alguém da maior bancada.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o mais votado do Brasil, cotado para comandar a Câmara, já disse que não vê sua eleição para o comando da Casa como algo irrefreável e que pode ser alguém do Centrão, mas que não seja de esquerda.
O MDB, maior partido no Senado, elegeu 7 senadores, terá 12 para 2019. Há informações que chegará a 15, pois o suplente de Ronaldo Caiado(DEM), eleito para o Governo de Alagoas, é do partido e existe a forte possibilidade do retorno de mais 2 ao partido. O PROGRESSISTAS, o maior partido do “Centrão”, tem o nome de Ciro Nogueira (PP-PI).
Se der mesmo Bolsonaro, os problemas não são só para Renan Calheiros, mas para Ciro Nogueira (PP-PI). Ambos são notórios apoiadores de Fernando Haddad.
Mesmo com tanto arrivismo à flor da pele, o Congresso tende a ser comandado como se previa antes do tsunami do 7 de outubro. “Centrão” e MDB, no topo!
Bolsonaro já deu sinais de que vai trabalhar com grupamentos que lhe apoiam em detrimento dos partidos e blocos. Uma parte menor que o todo, mas que está no conteúdo! Inusitado? Nada disso. Bolsonaro apesar de se vender como outsider é político profissional, sabe que pode impor seu jeito mantendo a ordem natural dessa tendência Centrão/MDB.
No MDB do Senado, tem a atual líder Simone Tebet(MDB-MS) como uma alternativa. Ela não votou em Bolsonaro no primeiro turno. Sua candidatura não está posta, mas poderá ser um meio termo. Ela é de um estado que votou majoritariamente no ex-capitão e cairia bem para um presidente considerado misógino estrear com uma mulher presidindo o Congresso. Na Câmara, existe mais imprevisibilidade, porém a garantia de uma pauta de votações mínima precisa de um veterano, não de um novato, para conduzi-la.
Preparem-se!
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