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Um presente de Natal para nossa democracia

A democracia brasileira tem que enfrentar seus sonhos e pesadelos. Para enfrentarmos e moldarmos um longo e novo período é necessário purgar e conspurcar

18 de dezembro de 2017, às 02:07 | Genésio Júnior

Nesta semana começamos a contar dias até o Natal!  A vida no mundo ocidental é marcada por essa data. O nascimento de Jesus Cristo na Belém, Judéia - Oriente Médio, justamente onde Ocidente e Oriente se encontram - é marcadamente definidor. Em seu natalício, Jesus recebeu dos Reis Magos presentes famosos e simbólicos: ouro, incenso e mirra.

Com o fim da recessão econômica no Brasil parece que todos nós queremos receber presentes tão simbólicos como aqueles recebidos por Jesus de Nazaré. O Brasil é majoritariamente cristão, porém devemos ver aquele evento muito mais que algo religioso, mas como algo histórico e universal.

A crise que ficou foi o rescaldo do impactante recuo da economia, que muitos avaliam será um entulho difícil de retirar do nosso caminho - porém, surge evidente que nossos problemas cívicos, de nossa democracia, parecem martelar em nossos ouvidos e almas. A maioria dos brasileiros anda muito infeliz, se assim se pode dizer, com nossa política.

Sei que não vou agradar muita gente, mas avalio que, talvez, o melhor presente que nossa democracia deveria receber seria uma liberalidade. Que todos os nomes que desejarem concorrer, e sejam filiados a partidos, possam enfrentar as urnas em 2018!  Eu falo, todos! Incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff e o atual presidente da República, Michel Temer.

Temer, Dilma e Lula

A democracia brasileira é uma experiência precária desde o seu nascimento. Nunca a tivemos como algo inestimável, como passaporte ao crescimento, ao desenvolvimento e ao engrandecimento nacional. Começou no Império, veio com o teatro do bico de pena da República Velha, daí veio se arrastando quando nos livramos dos períodos de exceção, seja com Getúlio Vargas ou com os militares, em 1964.

Estamos vivendo o período mais longo de democracia neste país, justamente no momento em que deixamos de ser periféricos e viramos uma das 20 maiores economias do planeta. Com estabilidade econômica, predomínio do Estado de Direito e uma dinâmica social única, goste-se ou não, entre os grandes países emergentes.

Defendo que Lula, Dilma e Temer sejam candidatos pois a chamada Nova República surgida com a última redemocratização iniciada em 1985 e consagrada com a Constituinte de 1988 precisa ser encerrada dentro do jogo institucional. 

A democracia brasileira tem que enfrentar seus sonhos e pesadelos. Para enfrentarmos e moldarmos um longo e novo período é necessário purgar e conspurcar.

Se o Brasil quer revisitar um momento histórico que o faça, se quer enfrentar o aparentemente irrefreável tempo das reformas que seja! Hoje, parecemos caminhar para o radicalismo! Mas há tempo, creiam!


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