A sociedade quer uma solução para o aumento dos combustíveis
Falar mal da Petrobras não vai resolver nada a não ser dilapidar patrimônio nacional. É hora de usar o cérebro e não o coração!
A semana começaou nesta segunda-feira (20/06), mesmo, na Capital Federal neste início do último decêndio do mês. Semana de São João.
Com apoio da Câmara, o Governo vai fazer oposição a ele mesmo nesta questão do novo aumento dos combustíveis e a Petrobras. O Senado sinaliza pressão sobre a Petrobras, mas fazendo parte do Governo, com um todo, e não como uma entidade à parte como vem se vendo nas críticas, notadamente, do presidente da Câmara, Arthur Lira.
A semana que passou foi muito frustrante. O Congresso Nacional finalizou a votação do PLP nº 18/22 que se esperava dar um choque nos preços, face a redução do ICMS em 17%, tanto nos combustíveis como da energia, telecomunicações e transporte. Na sexta, veio o anúncio do aumento da gasolina e diesel, que já era previsível. No sábado, as bombas de gasolina já começavam a registrar preços majorados.
O ranger de dentes foi intenso. Bolsonaro anunciou pedido de CPI da Petrobras, imagina só! CPI’s são instrumento da minoria para investigação, mas governo pedindo investigação, ele próprio, de uma instituição em que ele é o acionista majoritário?!
Não vai ser difícil colocar culpa na Petrobras face esses aumentos de preços em momento dificílimo em que vive o conjunto de nossa sociedade. Se alega que a empresa está sendo gananciosa, sem sensibilidade social. As pessoas se esquecem que a empresa até pouco tempo atrás era, das grandes petroleiras, a mais endividada. É verdade que sua missão como empresa que atende a legislação nacional e federal cunhada na Lei do Petróleo, Lei das Estatais, Lei das Sociedade Anônimas é manter o negócio em pé e ter lucro. Quem pode mudar esse norte são seus acionistas.
Quando a empresa era estatal, tão-somente, era mais fácil falar de função social. Em momento difícil como este, pouco se dá conta dessas questões, infelizmente é assim. As pessoas querem uma solução. Cabe aos políticos encontra-las, mas há que se ater a responsabilidades.
O mais ajuizado neste momento, ao que parece, não é uma CPI que soa ridículo, mas aumentar a tributação sobre o lucro e colocar para funcionar um fundo de estabilização para os momentos que os preços dão saltos, influenciado tanto pelo câmbio como pelos preços de mercado.
Essas posições agradariam tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Imagina só, faltando um mês para o início das convenções partidárias e menos que isso para o recesso parlamentar se falar em CPI?! Se a finalidade é reduzir o tamanho do impacto nos aumentos, pois anulá-los é impraticável, se majora a tributação sobre lucro para avançar na formação do fundo de estabilização.
O Governo tem restrições ao fundo de estabilização pois é uma proposta de um petista, já aprovada no Senado, invenção do senador Jean Prates(PT-RN), líder da Minoria. Ora bolas, todas as políticas públicas que foram criadas de 2019 para cá saíram do Congresso, como o Auxilio Emergencial, Pronampe e o PLP nº 18. Porque não mais um?!
A sociedade quer soluções. Falar mal da Petrobras não vai resolver nada a não ser dilapidar patrimônio nacional. É uma ação que beira a irresponsabilidade. É hora de usar o cérebro e não o coração!
O Piauí no seu E-Mail
Escreva seu e-mail e receba as notícias do ARQUIVO 1