CPI da Pandemia: Vida dura pela frente!
O Governo ainda vai tentar que senadores e senadoras retirem suas assinaturas para evitar a criação da CPI
A semana passada começou sob a expectativa da busca de uma redenção do governo Bolsonaro logo após uma Páscoa.
Não foi assumido, publicamente, isso, mas as mudanças profundas na composição do governo que atendia a interesses que de parte do empresariado e os chefes do poder legislativo já eram algum coisa, apesar do Presidente da República insistir no negacionismo e em querer dizer que nossa crise seria causada pelo governadores e prefeitos e não pela pandemia.
Bem, apareceu uma pedra no caminho. O ministro da Suprema Corte, Luís Roberto Barroso, cumpriu o que a lei manda e determinou a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia no Senado Federal. Não adianta achar ruim. Se segura investigação deste tipo é na gestão política, evitando que o pedido tenha signatários e mais outros artifícios da vida pública.
Bolsonaro partiu para o ataque não contra o ministro Barroso, mas atuou, também, contra a própria Corte ao sinalizar a possível e fatal busca de impeachment contra ministros do STF.
Na quarta-feira,14, o pleno do Supremo Tribunal Federal vai julgar a decisão monocrática de Barroso e tende, efetivamente, mantê-la, com algum ajuste aqui e ali. O Governo Federal se move com seus gestores políticos para que os senadores retirem assinaturas.
Apoiadores de Bolsonaro defendem que governadores e prefeitos também sejam investigados na CPI. Bolsonaro também já foi na mesma vertente. Um dos senadores que pediu a CPI, e patrocinou a demanda atendida por Barroso, já apresentou requerimento para que os governadores e prefeitos sejam investigados.
Essa demanda é bem aceita pela população. Governadores e prefeitos que também são criticados na gestão da pandemia, evidente, também, que em menor monta que Bolsonaro, tido e havido como o grande vilão – precisam prestar contas, sim senhor(a)!
O Governo ainda vai tentar que senadores e senadoras retirem suas assinaturas de criação da CPI, mas a estratégia para que todos prestem contas reduz essa margem de manobra e de argumentação.
A semana começa muito complicada para quem buscava uma arrumação, o governo em especial. Os setores econômicos, talvez mais ainda que a população em geral, que anda cada vez mais assustada com o crescimento da pandemia e na espera de mais vacinas. Aqueles esperavam que a jogada do final da Semana da Páscoa fosse dar um fôlego para que se retomasse as tais e esperadas(?!) reformas. Eles tiveram uma mãozinha, pois algumas entidades importantes defenderam um reforma tributária ampla!
Não teve jeito, parece que damos uma marcha a ré. A pandemia ficou pior e Bolsonaro volta a ter conflitos com o Supremo Tribunal Federal, que novamente deve se unir. O mundo jurídico já sinalizou que apoia o Supremo. Nesta semana deveremos ver mais e mais gente dando apoio aos capas pretas.
O Judiciário comete erros aos montes, é sabido, a população se irrita, porém o nosso Presidente consegue arrumar mais problemas ainda. Há soluções à vista?! Sempre é possível algo. Bolsonaro para ter algum sucesso nessa novo cenário terá que fazer gestão política e congressual em modo sintonia fina. Se na Câmara ele tem algum controle, no Senado a coisa não é nada fácil. Vários senadores do Centrão na Câmara Alta são tidos como independentes ou de oposição.
Quem for podre que se segure! Vida dura pela frente!
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