E a corrupção no Brasil, não iria acabar!?
De fato, a turma que um dia iria acabar com a corrupção, na política, tem muitos motivos para não querer voltar a tratar desse assunto!
Os brasileiros e brasileiras que se embalaram na onda anticorrupção que começou a se montar nas manifestações de maio/junho de 2013, engrenaram em 2014 e teve como ponto alto o impeachment da presidente Dilma Rousseff, naquele 31 de agosto de 2016, após 3 meses de processo e afastamento temporário, depois definitivo, deve estar enfrentando um misto de entendimentos e sentimentos.
Os mais exigentes, certamente, estão frustrados ou decepcionados. Eles, de fato, estiveram embalados com falsas promessas, pois o ser humano é por natureza um pecador e não um santo. A corrupção na vida pública nunca acabará, pois continuaremos cometendo nossas pequenas corrupções, traindo promessas que fazemos a nós mesmos. Bem, deixando de lado essa questão mais etérea, filosófica, vamos à pratica.
Independente de você achar que muita gente que deveria estar presa mas está solta, nesta semana vimos o Ministério Público Federal, um dos principais agentes daquele consórcio chamado Operação Lava Jato, fundamental para todos os movimentos que vieram após 2013, está em pé-de-guerra, numa briga interna que agora todos sabemos. O ponto alto, do momento, foi a discussão entre o Procurador Geral da República, Augusto Aras, e os subprocuradores que compõem o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP).
Eles reclamaram que Aras expôs o Ministério Público Federal (MPF) ao dizer para advogados, em Live na internet, que tinha que acabar com o Lavajatismo. Tudo isso já é visto como a maior crise que o Ministério Público, um “quase poder” surgido na Constituição de 1.988, que tomou de conta na defesa dos direitos difusos, até então, pouco ou quase nada se tratava.
Poucos acreditam, aqui em Brasília (DF), face ao poder organizacional que tem Augusto Aras, que a Operação Lava Jato vá continuar. Isso se dá pouco mais de 3 meses após a saída do ex-juiz Sérgio Moro do comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Chefes de poderes, como o ministro Dias Toffoli, de saída do comando do Supremo Tribunal Federal (STF), e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, falam, abertamente, de uma quarentena para juízes e membros do MP entrarem na política. Poucos duvidam que tal movimento mire o ex-juiz, como se fosse possível impedir esse movimento político, se assim Moro desejar.
Nesse domingo, 2 de agosto, mês absurdamente trágico na política brasileira – a internet ganhou asas com a informação não desmentida que os procuradores da Lava Jato teriam se arrependido de ter votado no Presidente Jair Bolsonaro, em 2018. De quebra, Bolsonaro, no dia do aniversário do ex-ministro Sérgio Moro, que foi nesse 1ºde agosto, disse que fez a maior operação de combate a corrupção no Brasil. Ele assim se manifestou em sua conta no Facebook e, neste domingo, replicou na conta do Twitter.
São muitos os sinais trocados. Bolsonaro se serviu do Lajatismo para chegar onde chegou, colocou na PGR um nome que não tinha apoio da categoria, que não esconde o desejo de enterrar a Lava Jato, desdenha Sérgio Moro e numa busca de entendimento com os outros poderes, e a política tradicional, monta uma estratégia conformista e de apoio aos mais pobres para fazer política.
Bolsonaro não brinca com suas narrativas, joga duro, diz que seu governo, em 18 meses não teve casos de corrupção, porém faz mais de 43 dias que ele foge de entrevistas à imprensa, desde que o ex-faz-tudo Fabrício Queiróz foi preso no famoso “caso das rachadinhas” que atinge, goste-se ou não, o filho senador Flávio Bolsonaro e ele próprio com o envolvimento de seu ex-advogado Frederick Wassef.
De fato, a turma que um dia iria acabar com a corrupção, na política, tem muitos motivos para não querer voltar a tratar desse assunto!
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