Não tenha dúvida que essa calmaria é temporária!
Bolsonaro mudou, radicalmente, seus procedimentos. Além de não dar mais entrevistas no cercadinho do Alvorada, tem prestigiado os poderes
Nesta segunda-feira, 29 de junho, completou 11 dias que o ex-policial militar, ex-assessor faz tudo da Família Bolsonaro, Fabrício Queiróz, estará preso. Em seguida, vieram muitas versões dadas por quem o abrigada, o advogado Frederick Wassef, sobre o caso. Difícil crer que a última seja a versão real. A senhora Márcia Oliveira de Oliveira Aguiar, a mulher de Queiróz está foragida desde então. O silêncio da família Bolsonaro é constrangedor, para dizer o mínimo.
Informações apontam que as redes conservadoras, dentro desse ambiente, recuaram em 25%. Segundo analistas, os chamados robôs estão compensando essas perdas, mas que existem, existem. As pesquisas apontam que Bolsonaro tem mantido os 30% de apoio, mas é evidente que as perdas na classe média conservadora estão sendo compensadas pelo apoio de milhões que, agora, recebem o auxilio emergencial.
Bolsonaro mudou, radicalmente, seus procedimentos. Além de não dar mais entrevistas no cercadinho do Alvorada, tem prestigiado os poderes, demitiu o falastrão- inconsequente, para ficar no raso, Abraham Weintraub, do Ministério da Educação. Indicou um professor com ligações militares e foi “inaugurar” o Eixo Norte da Transposição do São Francisco. Vai ganhar pontos onde quase não tinha, no Nordeste. Tem gente falando em “Jairzinho Paz e Amor”. Uma grande forçasão de barra.
Bolsonaro é homem de 65 anos. Não se muda ninguém na terceira idade. Bolsonaro é formado no confronto. Formou com o filhos, que montam a sua quadratura de poder, uma história montada na escolha de alvos e com eles fazer aríetes que rompem barreiras imaginárias, que construíram poder real. O momento é atípico, nada garante que isso vai ser manter assim.
Bolsonaro está aprendendo, pela experiência petista, que o brasileiro não liga para o que os poderosos fazem na casa grande se em suas taperas, mocambos e senzalas chega comida e alguma prosperidade. Num momento ruim como esse, até pequenos agrados são vistos com cuidado. Bolsonaro está se convencendo, no sofrimento e na vergonha que reluta em reconhecer, que se mantiver algum equilíbrio poderá ter dias melhores. A pandemia, apesar dele ter errado tanto e quanto, vai passar. Algum crescimento virá.
A classe política sabe muito bem que esse Bolsonaro, que está em campo há alguns dias é provisório. Bolsonaro e os filhos vão arrumar em breve alguém, ou algo, para chicotear. Não resta dúvida que o Congresso, ao aprovar o marco regulatório do saneamento, outra coisa deles, é bom que se ressalte - ainda abre caminho para mais adiante voltarem com a reforma tributária, velhos e novos assuntos, que enchem qualquer sala de poder responsável. Tudo o que Bolsonaro precisa, para justificar sua repentina responsabilidade.
De fato, o país agradece. O que se deve ressaltar, também, que não foi a lógica da pressão da oposição que obrigou Bolsonaro a mudar de rumo, como habitualmente se faz nas democracias, mas sim a Justiça! Se no início parecia uma disputa com o Supremo Tribunal Federal (STF), vimos uma sequência de ações do Judiciário em seus vários níveis. Essa Justiça tão mal falada por alguns, Justiça dos ricos, Justiça que se enlameia. A verdade é que essa Justiça minoritária não foi agente disso, mas a Instituição com um tudo. O último bastião da sociedade, como já se disse um dia.
Esse Brasil que parece tão capenga, que não nos convence que funciona, está encontrando uma dinâmica, mal ou bem. Tudo provisório? Certamente. Em tempos tão difíceis, onde parece que tudo mudou no Planeta em 3 meses, temos que nos contentar, sim, com esses momentos. Aprendendo com o que conseguimos até aqui.
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