O poder nordestino está de volta em Brasília!
O Governo Federal com forte inclinação aos militares, mesmo na democracia, não tinha ministros nordestinos
Quando o Governo Bolsonaro começou vimos a primeira vez, desde a redemocratização, surgida com a Nova República - publicamente, a ausência do chamado poder da política nordestina, que, na verdade, está associada tanto a velha como a moderna política brasileira desde sempre. Na verdade, desde Getúlio Vargas!
O governo com forte inclinação aos militares, mesmo na democracia, não tinha ministros nordestinos. Em plena pandemia, mas já mirando o pós-pandemia e contando os dias para a primeira eleição municipal do novo poder - vemos o ressurgimento do poder nordestino.
Os chamados partidos do Centrão, tendo o PROGRESSISTAS e PSD em destaque, mas pode incluir todos os outros, prometem ser o que vão mais ganhar nessas eleições nordestinas. O Presidente Bolsonaro não tem um partido político e esses partidos estão trabalhando, abertamente, para serem os donos dos efeitos positivos do auxílio emergencial no Nordeste, além de muitos deles serem associados a governos de esquerda que dominam a região. Enfim, colhem os bonos tanto do Governo Federal, como dos governos estaduais. Isso não se vê em nenhuma região do Brasil.
De quebra, o governo federal ganhou dois ministros nordestinos que já chegaram mais importantes que muitos outros, é o caso do ministro das Comunicações, Fábio Faria, e especialmente Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, que já é chamado de novo ”Posto Ipiranga”. Marinho ganhou projeção, pois se transformou em peça fundamental para o sonho precoce de reeleição do Presidente Jair Bolsonaro.
Nesses últimos dias, o chamado poder nordestino ganhou mais importância estratégica pois o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está em fim de mandato mas de forma impressionante, face a pauta reformista do Governo Federal, ganha mais protagonismo, coisa que já era detentor desde a reforma da Previdência – decidiu apoiar, dentro da reforma tributária, o chamado Fundo de Desenvolvimento Regional. Isso ficou claro em suas declarações, na semana passada, ao participar de evento de secretários de Fazenda dos Estados, no Recife (PE).
As declarações de Maia irritaram, segundo fontes, profundamente o ministro da Economia, Paulo Guedes, claramente em processo de enfraquecimento explícito. Guedes vem dizendo que estão querendo espetar uma conta na Viúva nessa reforma tributária. Guedes é da escola que defende que a economia vai se ajustando e não tem essa de desenvolvimento regional. O problema para Guedes é que isso está na Constituição Federal de 1.988.
Independente de Bolsonaro querer ou não, o poder nordestino, de forma centrípeta, vai arrastar os políticos do Norte, e até do Centro-Oeste, para garantirem questões estratégicas desse novo-velho poder. Não podemos esquecer que nas eleições de 2022 não haverá folga para reeleição para a maioria desses governos de centro-esquerda, que estão firmes no Nordeste.
As reformas não são mal vistas por esse poder nordestino, mas não pode lhe atropelar. Guedes não vai ter condições para deter essa gente e suas pretensões.
O segredo dessa turma que faz política no Nordeste é sempre se ajustar ao novo poderoso da vez. Bolsonaro parece não ter pretensões de deter essa gente.
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