O problema é que Jair Bolsonaro não se ajuda!
Bolsonaro sempre pede para seus apoiadores se seguirem pelas redes sociais, na esperança, talvez, que não enfrente contradições
O presidente Jair Bolsonaro adora o risco, pedir prudência e cuidados ao nosso chefe de governo e Estado é como pedir que o mar não se jogue com suas marés nas encostas. Quase impensado, mas a política é uma atividade humana oportunística por sua própria natureza. Em certos momentos, se evitar determinadas ações esperadas em nome de objetivos maiores é a regra.
Nesta semana que se foi, depois de idas e vindas, o presidente da República lançou no Palácio do Planalto o Plano de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19. Foram lá vários governadores de oposição, convidados pelo Planalto. Bolsonaro falou em união com eles, falou de uma doença desconhecida. No dia seguinte, na quinta-feira, 17, ele foi a Bahia, depois a Minas Gerais, por lá disse cada coisa!
“Na Pfizer (farmacêutica norte-americana que está produzindo uma das vacinas) está bem claro no contrato: nós não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um chipanzé, se você virar um jacaré, é problema de você. Não vou falar outro bicho aqui para não falar besteira. Se você virar o Super Homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou um homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. Ou o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas. Como você pode obrigar alguém a tomar uma vacina que não se completou a terceira fase ainda? Que está na experimental?”, questionou.
Na sexta-feira, 18, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, aquele republicano radical que não fica numa sala com uma mulher de jeito nenhum, se vacinou contra a COVID-19, em público, mostrado pela TV, com a vacina Pfizer, a do “jacaré”. A mulher dele, segunda dama, Karen Pence e o cirurgião-geral da Presidência dos EUA, Jerome Adams, também tomaram a vacina “Jacaré”. A Casa Branca informou que Donald Trump ainda não tomou a vacina, pois não foi orientado, ainda sobre isso.
Neste sábado,19, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi o primeiro chefe de estado a ser vacinado com a vacina “Jacaré”. Nesta semana que se inicia, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, e a vice-presidente eleita Kamala Harris, devem se vacinar e, em seguida, virá ex-presidentes dos Estados Unidos.
Para completar, o nosso presidente, na quinta-feira,17, disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi o responsável pelos brasileiros que são beneficiários do bolsa família não receberem o 13º parcela. Foi desmentido por seu ministro da Economia, Paulo Guedes, e por seu líder na Câmara dos Deputado, Ricardo Barros (PROGRESSISTAS-PR).
Bolsonaro sempre pede para seus apoiadores deixarem a imprensa de lado e se seguirem pelas redes sociais, na esperança, talvez, que não enfrente contradições no que fala e diz, como verdades solares e divinas.
O presidente Bolsonaro, por razões que precisam ser explicadas noutro momento, pode até eleger para o comando da Câmara e do Senado parlamentares que podem lhe apoiar nos próximos anos que tem pela frente de presidência, porém essas atitudes vistas nesta semana atrapalham mais que ajudam.
Os políticos sabem que o Governo Federal vai ser fundamental neste início de ano vindouro para os estados e municípios pois a pandemia, apesar de Bolsonaro afirmar que está no finalzinho, e as vacinas, com ele dizendo que você poderá virar jacaré, só vão começar a imunizar grande parte da população ao final do primeiro semestre. Bolsonaro, antes do país começar a se recuperar, vai ser decisivo para o resto do país. Os equívocos em série de Sua Excelência, para ser comedido, vão ser oportunizados pelo políticos. Os profissionais, são profissionais, porém ele poderia ser menos Bolsonaro.
O problema de Bolsonaro é que ele não se ajuda, nem um pouco!
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