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Política e Economia, as velhas irmãs gêmeas!

A fala de um nome expressivo de empresários importantes, em tempo que Bolsonaro vive um bom momento nas pesquisas chamou atenção

12 de outubro de 2020, às 14:00 | Genésio Júnior

Nessa sexta-feira, 9, o jornal “Valor Econômico”, a única grande publicação diária sobre economia no país colocou na rua (?!) uma longa matéria intitulada “ Líderes empresariais vem Democracia em recessão e criticam Bolsonaro”. O texto, para bom entendedor, envolve no mínimo 10 grandes empresas, as chamadas “top de linha”, gente que já transita há ano na roda do poder e da economia nacional. Eles dizem, categoricamente, que o “ambiente institucional para operar é instável e falta projeto de país”.

Quem conhece o poder sabe que os grandes empresários são muito cuidadosos. Se brinca dizendo que todos tem medo da Receita Federal. Isso é antigo, vem desde o Império. Normalmente, também para quem é do ramo, eles se servem de grandes agentes políticos, para mostrar suas insatisfações.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é homem da Amazônia, inclusive da mata mais periférica, pois em é do Amapá. Os grandes industriais do Brasil tem sua força na Zona Franca, não é o caso de Alcolumbre. O deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, tem origem no setor financeiro, é homem do eixo RIO-SP. Teve um momento, especialmente no ano passado, que era mais visto em São Paulo que no Rio, seu berço político.

A fala, em concerto, de um nome expressivo de empresários importantes, líderes de seus setores, em tempo que Bolsonaro vive um bom momento nas pesquisas chamou atenção. Se sabe que o presidente do Senado só olha para si, basta ver o que vem fazendo com o adiamento da pauta de votações de vetos presidenciais, que interessam diversos setores econômicos, assim como Rodrigo Maia vive um estágio de transição que o faz se aliar a projeto contraditórios para não perder o controle da Câmara dos Deputados no ano que vem, talvez, tenha sido a razão para essa manifestação em série!

Eles reclamam que muito ministros importantes não tem muita autonomia. Isso é particularmente interessante, pois se dá no momento em que o ministro Paulo Guedes, da Economia, está cada vez mais enfraquecido.

Se fala abertamente que o Ministério da Economia será desmembrado; Guedes além de ter perdido vários de seus assessores que vieram da administração Michel Temer, que boa parte desses empresários que falaram no “Valor” entendiam como uma referência, ainda dever perder mais nomes que se credenciam a cargos internacionais multilaterais que o Brasil tem direito de indicar. Eles não escondem, em mensagens cifradas dadas ao Valor, que o enfraquecimento de Guedes não é grande coisa, pois a falta de projeto de País é algo claro.

Guedes vinha cometendo erros em série, ao falar de um governo com compromisso liberal e um outra prática, que não conseguia deter. Guedes, de fato, foi atingido por um pandemia que exigia mais Estado, coisa que não é sua praia.

Para completar, o tamanho da confusão, o meio econômico fica ainda mais de lado. Em pleno domingo, 11, antes do feriado, o deputado Arthur Lira (PP-AL), mais que possível nome do Centrão de Bolsonaro para o comando da Câmara dos Deputado, reclamou no Twitter que estão antecipando a disputado pelo comando do Congresso, que está marcado para fevereiro de 2.021. Na prática, reclamou do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que estaria armando contra ele!

A política e a economia, irmãs gêmeas, que vão dar muito o que falar.


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