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Essa é uma pergunta muito difícil de responder

O País que já foi conhecido como o território do jeitinho brasileiro, será que vai encontrar um caminho!?

23 de junho de 2020, às 14:00 | Genésio Júnior

Esse domingo 21 de junho foi especial. O Brasil, em meio a pandemia, lembra os 50 anos da conquista pela Seleção Brasileira pela conquista do Tricampeonato da Copa do Mundo de Futebol de 1.970, no México. Aquele Brasil tinha 90 milhões de habitantes. Todos torciam e vibravam. Os ideólogos do regime de força à épica usavam a música  “Pra frente, Brasil”, um hino da torcida, que  estenderam para um “Brasil, Ame-o ou Deixe-o”.

O Brasil crescia a 10,4% do PIB, existia uma sensação generalizadas entre os que viviam à época que o País estava avançando, rápido. Se fechava os olhos para o que se ouvia acontecer - a revolta dos jovens e a luta armada.

A partir dos eventos que culminaram no Impeachment da Presidente Dilma Rousseff as camisas amarelas da seleção brasileira de futebol passaram a ser usadas por brasileiros que defendiam o movimento; depois se transformou em “equipamento” dos ultraconservadores.

Os  atletas que participaram daquela campanha mítica de nosso futebol, que fez com que aquele time seja visto como a maior seleção de todos os tempos, têm que ser eternamente lembrados e referenciados. O que vemos hoje não é bom. Todos os brasileiros estão aptos a usar as “amarelinhas”.

Existem alguns defendendo o “Brasil, Ame-o ou Deixe-o” passados todos esses anos. O momento é particularmente ruim.

Vivemos uma pandemia histórica, uma crise econômica e política que ganha maiores proporções pela postura centralizadora de nosso Presidente da República, que buscou, desde o início do governo, esmagar os outros poderes constituídos numa clara busca para tentar fazer um governo que atendesse seus grupos mais ferrenhos que defendem um país, que ,na verdade, não une a Nação.

Esse 21 de abril tem sido particularmente difícil, pois parece culminar com o pior momento do Governo Bolsonaro.

O Brasil tem mais de 1 milhão de pessoas confirmadas com o novo coronavirus, são mais de 50 mil mortos pela COVID-19, o Brasil está com uma péssima imagem internacional, se fala tanto nos Estados Unidos como na Europa sobre se fechar as fronteiras para os brasileiros, todos os estudos de órgãos como o Banco Mundial, Fundo Monetário Nacional como a OCDE indicam que deveremos ter o pior desempenho tanto sob tempo de COVID-19 como na retomada econômica, existe um sentimento de que a maioria das entidades organizadas, além daqueles que andam com as esquerdas, estão mobilizadas contra movimentos centralizadores do Palácio do Planalto.

Para completar, esse final de semana está preso no Rio de Janeiro(RJ), o ex-policial militar e ex-assessor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Fabrício Queiróz, que foi encontrado na residência em Atibaia (São Paulo) do advogado Frederick Wassel, que vem a ser advogado do Presidente Jair Bolsonaro. Fabrício Queiróz, acusado de ser o operador de “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro, à época que era deputado estadual no Rio de Janeiro - deixa tudo ainda muito ruim.

O que virá parece imprevisível. Antes desse episódio da prisão de Queiróz, se imaginava que alguém poderia encaminhar uma nova negociação entre os poderes, até porque o Presidente Bolsonaro montava uma gestão no Congresso Nacional com o grupo, cada vez mais majoritário, conhecido como “Centrão”.

O fator Queiróz-Wasseff passou a gerar mais instabilidade. O País que já foi conhecido como o território do jeitinho brasileiro vai encontrar um caminho!? Uma pergunta difícil de responder! Talvez a pergunta mais difícil que o Brasil tem para responder, desde a fundação da Nova República!

Fabrício Queiroz / Foto: InfoMoney


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