Fraude: Quadrilha usava documentos falsos para vender terrenos em Teresina
Grupo criminoso aplicava golpes sofisticados com contratos irregulares e assinaturas falsificadas; prejuízo ultrapassa R$ 400 mil
- sexta-feira, 25 de abril de 2025
- Marcos Ribeiro
Uma operação policial desmantelou nesta sexta-feira (25/04) um esquema criminoso especializado em fraudes imobiliárias que atuava em Teresina e São Pedro do Piauí. Batizada de "Escritura Limpa", a ação resultou na prisão temporária de quatro pessoas e no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão.
A quadrilha, que operava há meses na zona leste da capital piauiense, vendia terrenos que não lhes pertenciam, utilizando documentação falsificada e contratos fraudulentos para enganar compradores que acreditavam estar realizando negócios legítimos.
ESQUEMA SOFISTICADO DE FALSIFICAÇÃO
O grupo criminoso utilizava técnicas elaboradas para falsificar documentos públicos e forjar assinaturas, criando uma aparência de legalidade para as transações. Segundo o delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, a investigação começou após denúncia de uma imobiliária de Teresina que descobriu que seus terrenos estavam sendo comercializados por terceiros sem qualquer autorização.
"Os criminosos montaram uma estrutura para produzir contratos que pareciam autênticos, com assinaturas falsificadas e documentação adulterada. Isso permitia que realizassem transferências irregulares dos lotes para compradores desavisados", explicou Zanatta.
MEDIDAS JUDICIAS RIGOROSAS
A Justiça piauiense determinou um conjunto de medidas cautelares contra cinco investigados, incluindo:
- Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica para monitoramento.
- Suspensão imediata do exercício de função pública.
- Bloqueio de R$ 400 mil em contas bancárias via Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (SISBAJUD).
As restrições visam impedir a continuidade das atividades criminosas enquanto as investigações prosseguem.
OPERAÇÃO INTEGRADA
A ação foi coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), por meio da Superintendência de Operações Integradas (SOI), e contou com apoio da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP) e da Corregedoria Extrajudicial do Tribunal de Justiça do Piauí.
Os suspeitos responderão pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documento público, uso de documento falso e associação criminosa. Somadas, as penas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
PAPEL DA COMUNIDADE NA DENÚNCIA
A SSP-PI ressaltou a importância das denúncias anônimas no combate a esse tipo de crime.
"Foi graças à vigilância de uma empresa que conseguimos identificar o esquema. A participação da sociedade é fundamental para desarticular organizações criminosas que atuam de forma coordenada", destacou o delegado Zanatta.
As autoridades reforçam que continuarão atuando com rigor para preservar a ordem pública e proteger o patrimônio da população piauiense.
Os alvos foram Teresina e São Pedro do Piauí / FOTO: Divulgação - ASCOM
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